SILÊNCIO NA NASCENTE DO GANGES

Documentário

Duração: 90'


No ano de 1624, o padre jesuíta português António de Andrade, embaixador do vice-rei português na Índia junto da Corte do Grande Mongol, ouve um grupo de peregrinos a falar sobre um reino da montanha muito alta e, pelas descrições, admite que possam ser cristãos primitivos. Decide, então, ir procurá-los.
Sabendo que no caminho para essa montanha há um santuário hindu, Badrinath, António de Andrade junta-se a um grupo de peregrinos que ali se dirige. É assim que, partindo de Agra e passando por Delhi, subirá o Ganges, passando por Srinagar, no Uttarakhand. Passado Badrinath, atinge a aldeia de Mana, a partir da qual identifica as nascentes do Ganges e procede ao “novo descobrimento do Grão Cataio ou Reinos do Tibete” título do seu relatório.
Chegado ao destino não encontra cristãos primitivos, mas sim budistas, com os quais se entreterá em discussões teológicas. E acaba por vir obter autorização para criar uma comunidade cristã, na velha cidade de Tsaparang. A comunidade não resistirá muito tempo devido à crescente influência dos Dalai Lama, que vão conquistando autonomias os antigos reinos Tibetanos.
António de Andrade descreve a sua viagem em três cartas ao Provincial dos Jesuítas sediado em Roma, cartas que são traduzidas em diversas línguas e editadas em vários países imediatamente.
Passados cinco anos em Tsaparang, António de Andrade é chamado a Goa, para se tornar Provincial dos Jesuítas. Ali participa num inquérito à Inquisição, acusada de abuso de poder e depois ele próprio passa a chefiar a Inquisição de Goa enquanto planeia uma nova expedição aos reinos dos Himalaias. Na véspera de pregar num “auto-de-fé” é enveneno a mando do vice-rei português.